Iniciando a Integração

Solicitação de Configuração

É premissa de toda aplicação que irá consumir os serviços da API de assinatura estar integrada a Plataforma de Autenticação Digital do Cidadão - Login Único. No entanto, a autorização de acesso utilizada pela assinatura é condicionada ao processo de autorização explícita do usuário (Conforme Lei n° 14.063 Art.4º). O usuário deve conceder a autorização para Assinatura API Service assinar digitalmente um documento em nome deste usuário e essa autorização é solicitada durante o fluxo de autorização OAuth da API de assinatura, por esse motivo é que a liberação de acesso para emissão do certificado implica a geração de uma requisição ao servidor OAuth que controla os recursos desta API.

Para utilização da API de assinatura digital gov.br, há necessidade da liberação de credenciais dos ambientes para que a aplicação cliente possa utilizar. A liberação do ambiente de homologação ocorre por meio de envio das informações listadas abaixo:

  1. URL de retorno para cadastramento da aplicação cliente

  2. Chave PGP - A chave PGP é solicitada para transmissão das credenciais de autenticação de forma segura, isto é, criptografada. Informações sobre como gerar chaves PGP e envio da chave pública, podem ser verificadas no último tópico deste roteiro.

  3. Endereço de e-mail do destinatário para recebimento das credenciais;

  4. Volumetria anual estimada da quantidade de documentos que serão assinados.

Essas informações deverão ser encaminhadas, para o e-mail int-assinatura-govbr@economia.gov.br da Secretaria de Governança Digital (SGD) do Ministério da Economia (ME), por e-mail de um representante legal do órgão ou entidade dona do serviço a ser integrado. A liberação do ambiente de produção ocorrerá somente após a homologação final validada com os integrantes da SGD/ME.

Orientações para testes em ambiente de homologação

De Acordo com a portaria SEDGGME Nº 2.154/2021 as identidades digitais da plataforma gov.br são classificadas em três tipos: Bronze, Prata e Ouro. A identidade bronze permite ao usuário somente a realização de assinaturas simples. Nesta plataforma para realizar uma assinatura avançada, seja qual for o ambiente, o usuário deve possuir identidade digital prata ou ouro. Caso ele não possua este nível de identidade, a aplicação cliente deverá comunicar que ele precisa adquirir e que após a obtenção deverá acessar novamente a aplicação para realizar a assinatura. Segue um exemplo de mensagem: “Prezado solicitante, para realizar a(s) assinatura(s) é necessário que a sua identidade na plataforma gov.br seja “Prata” ou “Ouro”. Para a obtenção das identidades digitais requeridas por meio do qual o cidadão terá acesso ao serviço de assinatura e a outros serviços, a aplicação cliente deve direcionar o usuário ao serviço de Catálogo de Confiabilidades. Os parâmetros para requisição deste serviço estão descritos no roteiro de integração do Login Único no link https://manual-roteiro-integracao-login-unico.servicos.gov.br/pt/stable/iniciarintegracao.html#acesso-ao-servico-de-catalogo-de-confiabilidades-selos

Ao realizar testes, no ambiente de homologação, o testador deve criar uma conta seguindo os passos deste Tutorial conta ID prata. Obs.: No ambiente de testes é possível criar conta para qualquer CPF (gerador de CPF: https://www.4devs.com.br/gerador_de_cpf).

Importante: Somente os documentos assinados em ambiente de PRODUÇÃO podem ser validados no Verificador de Conformidade do ITI (https://verificador.iti.br/). Documentos assinados digitalmente em ambiente de HOMOLOGAÇÃO podem ser verificados em: https://govbr-assina.homologacao.ufsc.br/.

API de assinatura digital gov.br

A partir de agora, será feita uma revisão sobre a arquitetura de serviço, alguns conceitos utilizados pela plataforma e os detalhes da estrutura da API REST para assinatura digital utilizando certificados avançados gov.br.

A API adota o uso do protocolo OAuth 2.0 para autorização de acesso e o protocolo HTTP para acesso aos endpoints. Deste modo, o uso da API envolve duas etapas:

  1. Geração do token de acesso OAuth (Access Token)

  2. Acesso ao serviço de assinatura

Geração do Access Token

Para geração do Access Token é necessário redirecionar o navegador do usuário para o endereço de autorização do servidor OAuth, a fim de obter seu consentimento para o uso de seu certificado para assinatura. Nesse processo, a aplicação deve usar credenciais previamente autorizadas no servidor OAuth. As seguintes credencias podem ser usadas para testes:

Servidor OAuth = https://sistemas.homologacao.ufsc.br/govbr/oauth2.0
Client ID= devLocal
Secret = younIrtyij3
URI de redirecionamento = http://127.0.0.1:*/**

As credenciais para Client ID “devLocal” estão configuradas no servidor OAuth para aceitar qualquer aplicação executando localmente (host 127.0.0.1, qualquer porta, qualquer caminho). Aplicações remotas não poderão usar essas credenciais de teste.

A URL usada para redirecionar o usuário para o formulário de autorização, conforme a especificação do OAuth 2.0, é a seguinte:

https://<Servidor OAuth>/authorize?response_type=code&redirect_uri=<URI de redirecionamento>&scope=sign&client_id=<clientId>

Nesse endereço, o servidor OAuth faz a autenticação e pede a autorização expressa do usuário para acessar seu certificado para assinatura. Neste instante será pedido um código de autorização a ser enviado por SMS. IMPORTANTE: EM HOMOLOGAÇÃO, NÃO SERÁ ENVIADO SMS, DEVE-SE USAR O CÓDIGO 12345.

Após a autorização, o servidor OAuth redireciona o usuário para o endereço <URI de redirecionamento> especificado e passa, como um parâmetro de query, o atributo Code. O <URI de redirecionamento> deve ser um endpoint da aplicação correspondente ao padrão autorizado no servidor OAuth, e capaz de receber e tratar o parâmetro “code”. Este atributo deve ser usado na fase seguinte do protocolo OAuth, pela aplicação, para pedir um Access Token ao servidor OAuth, com a seguinte requisição HTTP com método POST:

https://<Servidor OAuth>/token?code=<code>&client_id=<clientId>&grant_type=authorization_code&client_secret=<secret>&redirect_uri=<URI de redirecionamento>

O <URI de redirecionamento> deve ser exatamente o mesmo valor passado na requisição “authorize” anterior. O servidor OAuth retornará um objeto JSON contendo o Access Token, que deve ser usado nas requisições subsequentes aos endpoints do serviço.

Importante: O servidor OAuth de homologação está delegando a autenticação ao ambiente de Staging do gov.br

Importante: O Access Token gerado autoriza o uso da chave privada do cidadão para a confecção de uma única assinatura eletrônica avançada. O token deve ser usado em até 10 minutos. O tempo de validade do token poderá ser modificado no futuro à discrição do ITI.

Obtenção do certificado do usuário

Para obtenção do certificado do usuário deve-se fazer uma requisição HTTP Get para o seguinte end-point:

https://govbr-assinatura-api.homologacao.ufsc.br/externo/v2/certificadoPublico

Deve-se enviar o cabeçalho Authorization com o tipo de autorização Bearer e o Access Token obtido anteriormente. Exemplo de requisição:

GET /externo/v2/certificadoPublico HTTP/1.1
Host: govbr-assinatura-api.homologacao.ufsc.br
Authorization: Bearer <Access token>

Será retornado o certificado digital em formato PEM na resposta.

Realização da assinatura digital Raw de um HASH SHA-256

Para assinar digitalmente um HASH SHA-256 usando a chave privada do usuário, deve-se fazer uma requisição HTTP POST para o seguinte end-point:

https://govbr-assinatura-api.homologacao.ufsc.br/externo/v2/assinarRaw

Deve-se enviar o cabeçalho Authorization com o tipo de autorização Bearer e o Access Token obtido anteriormente. Exemplo de requisição:

POST /externo/v2/assinarRaw HTTP/1.1
Host: govbr-assinatura-api.homologacao.ufsc.br
Content-Type: application/json
Authorization: Bearer <Access token>
Content-Type: application/json

{"hashBase64":"<Hash SHA256 codificado em Base64>"}

Será retornada a assinatura digital SHA256-RSA codificada em Base64 na resposta.

Realização da assinatura digital de um HASH SHA-256 em PKCS#7

Para gerar um pacote PKCS#7 contendo a assinatura digital de um HASH SHA-256 usando a chave privada do usuário, deve-se fazer uma requisição HTTP POST para o seguinte end-point:

https://govbr-assinatura-api.homologacao.ufsc.br/externo/v2/assinarPKCS7

Deve-se enviar o cabeçalho Authorization com o tipo de autorização Bearer e o Access Token obtido anteriormente. Exemplo de requisição:

POST /externo/v2/assinarPKCS7 HTTP/1.1
Host: govbr-assinatura-api.homologacao.ufsc.br
Content-Type: application/json
Authorization: Bearer <Access token>
Content-Type: application/json

{"hashBase64":"<Hash SHA256 codificado em Base64>"}

Será retornado um arquivo contendo o pacote PKCS#7 com a assinatura digital do hash SHA256-RSA e com o certificado público do usuário. O arquivo retornado pode ser validado em https://govbr-verifier.homologacao.ufsc.br.

Assinaturas PKCS#7 e PDF

Existem duas formas principais de assinar um documento PDF:

  • Assinatura detached

  • Assinatura envelopada

A Assinatura detached faz uso de dois arquivos: (1) o arquivo PDF a ser assinado; e (2) um arquivo de assinatura (.p7s). Nesta modalidade de assinatura, nenhuma informação referente à assinatura é inclusa no PDF. Toda a informação da assinatura está encapsulada no arquivo (.p7s). Qualquer alteração no PDF irá invalidar a assinatura contida no arquivo no arquivo (.p7s). Para validar esta modalidade de assinatura, é necessário apresentar para o software de verificação os dois arquivos, PDF e (.p7s).

Para realizar esta modalidade de assinatura pela API de assinatura eletrônica avançada, deve-se calcular o hash sha256 sobre todo o arquivo PDF e enviá-lo através da operação assinarPKCS7 detalhada no tópico anterior. O arquivo binário retornado como resposta desta operação deve ser salvo com a extensão (.p7s).

A assinatura envelopada, por sua vez, inclui dentro do próprio arquivo PDF o pacote de assinatura PKCS#7. Portanto, não há um arquivo de assinatura separado. Para realizar essa modalidade de assinatura deve-se:

  1. Preparar o documento de assinatura

  2. Calcular quais os bytes (bytes-ranges) do arquivo preparado no passo 1 deverão entrar no computo do hash. Diferentemente da assinatura detached, o cálculo do hash para assinatura envelopadas em PDF não é o hash SHA256 do documento original (integral). É uma parte do documento preparado no passo 1.

  3. Calcular o hash SHA256 desses bytes

  4. Submeter o hash SHA256 à operação assinarPKCS7 desta API.

  5. O resultado da operação assinarPKCS7 deve ser codificado em hexadecimal e embutido no espaço que foi previamente alocado no documento no passo 1.

O detalhamento de como preparar o documento, calcular os bytes-ranges utilizados no computo do hash e como embutir o arquivo PKCS7 no arquivo previamente preparado podem ser encontrados na especificação ISO 32000-1:2008. Existem bibliotecas que automatizam esse procedimento de acordo com o padrão (ex: PDFBox para Java e iText para C#).

Exemplo de aplicação

Logo abaixo, encontra-se um pequeno exemplo PHP para prova de conceito.

Download Exemplo PHP

Este exemplo é composto por 3 arquivos:

  1. index.php - Formulário para upload de um arquivo

  2. upload.php - Script para recepção de arquivo e cálculo de seu hash SHA256. O Resultado do SHA256 é armazenado na sessão do usuário.

  3. assinar.php - Implementação do handshake OAuth, assim como a utilização dos dois endpoints acima. Como resultado, uma página conforme a figura abaixo será apresentada, mostrando o certificado emitido para o usuário autenticado e a assinatura.

_images/image.png

Para executar o exemplo, é possível utilizar Docker com o comando abaixo:

docker-compose up -d

e acessar o endereço http://127.0.0.1:8080

Como criar um par de chaves PGP

GnuPG para Windows

Faça o download do aplicativo Gpg4win em: https://gpg4win.org/download.html O Gpg4win é um pacote de instalação para qualquer versão do Windows, que inclui o software de criptografia GnuPG. Siga abaixo as instruções detalhadas de como gerar um par de chaves PGP:

  1. Após o download, execute a instalação e deixe os seguintes componentes marcados conforme imagem abaixo:

_images/pgp1.png
  1. Concluída a instalação, execute o Kleopatra para a criação do par de chaves. Kleopatra é uma ferramenta para gerenciamento de certificados X.509, chaves PGP e também para gerenciamento de certificados de servidores. A janela principal deverá se parecer com a seguinte:

_images/pgp2.png
  1. Para criar novo par de chaves (pública e privada), vá até o item do Menu ArquivoNovo Par de chaves… selecione Criar um par de chaves OpenPGP pessoal. Na tela seguinte informe os detalhes Nome e Email, marque a opção para proteger a chave com senha e clique em Configurações avançadas…

  2. Escolha as opções para o tipo do par de chaves e defina uma data de validade. Esta data pode ser alterada depois. Após confirmação da tela abaixo, abrirá uma janela para informar a senha. O ideal é colocar uma senha forte, que deve conter pelo menos 8 caracteres, 1 digito ou caractere especial.

_images/pgp3.png

5. Após concluído, o sistema permite o envio da chave pública por email clicando em Enviar chave pública por e-mail… ou o usuário tem a opção de clicar em Terminar e exportar a chave pública para enviá-la por email posteriormente. Para exportar a chave pública e enviá-la anexo ao email, clique com botão direito na chave criada e depois clique em Exportar…

GnuPG para Linux

Praticamente todas as distribuições do Linux trazem o GnuPG instalado e para criar um par de chaves pública e privada em nome do utilizador ‘Fulano de Tal’, por exemplo, siga os passos abaixo:

  1. Abra o terminal e execute o comando abaixo e informe os dados requisitados (Nome e Email). Se não forem especificados os parâmetros adicionais, o tipo da chave será RSA 3072 bits. Será perguntado uma frase para a senha (frase secreta, memorize-a), basta responder de acordo com o que será pedido.

        $ gpg --gen-key

        gpg (GnuPG) 2.2.19; Copyright (C) 2019 Free Software Foundation, Inc.
        This is free software: you are free to change and redistribute it.
        There is NO WARRANTY, to the extent permitted by law.
        gpg: directory '/home/user/.gnupg' created
        gpg: keybox '/home/user/.gnupg/pubring.kbx' created
        Note: Use "gpg --full-generate-key" for a full featured key generation dialog.

    O GnuPG precisa construir uma ID de usuário para identificar sua chave.

        Nome completo: **Fulano de Tal**
        Endereço de correio eletrônico: **fulanodetal@email.com**
        Você selecionou este identificador de usuário: "Fulano de Tal <fulanodetal@email.com>"
        Change (N)ame, (E)mail, or (O)kay/(Q)uit? O

        gpg: /home/user/.gnupg/trustdb.gpg: banco de dados de confiabilidade criado
gpg: chave D5882F501CC722AA marcada como plenamente confiável
gpg: directory '/home/user/.gnupg/openpgp-revocs.d' created
gpg: revocation certificate stored as '/home/user/.gnupg/openpgprevocs.d/269C3D6B65B150A9B349170D5882F501CC722AA.rev'

        Chaves pública e privada criadas e assinadas.

        pub rsa3072 2021-04-30 [SC] [expira: 2023-04-30] 269C3D6B65B150A9B349170D5882F501CC722AA uid Fulano de Tal <fulanodetal@email.com>
sub rsa3072 2021-04-30 [E] [expira: 2023-04-30]

2. Para enviar um documento ou um e-mail cifrado com sua chave, é necessário que a pessoa tenha a sua chave pública. Partindo do ponto que a pessoa fez um pedido da sua chave pública, então é necessário criar um arquivo com a chave e passar o arquivo para o solicitante (por exemplo, podemos passar pelo e-mail). Execute o comando abaixo no terminal do Linux para exportar a sua chave para o arquivo MinhaChave.asc

$ gpg --export 269C3D6B65B150A9B449170D5882F501CC722AA> MinhaChave.asc

A sequência de números e letras “269C3D6B65B150A9B349170D5882F501CC722AA” é o ID da chave (da chave que criamos aqui no exemplo, substitua pelo seu ID) e MinhaChave.asc é o nome do arquivo onde será gravada a chave (pode ser outro nome). O próximo passo é o envio do arquivo com a chave pública para a pessoa e então ela poderá criptografar um e-mail ou um documento com a sua chave pública. Se foi criptografado com a sua chave pública, somente a sua chave privada será capaz de decodificar o documento e a frase secreta de sua chave será requisitada.

  1. Para decifrar um documento que foi criptografado com a sua chave pública basta seguir os passos abaixo, substituindo NomeArquivo.gpg pelo nome do arquivo cifrado. Será solicitada a frase secreta de sua chave privada. Um arquivo com nome ArquivoTextoClaro será criado na mesma pasta. Este arquivo contêm as informações decifradas.

$ gpg -d NomeArquivo.gpg > ArquivoTextoClaro

gpg: criptografado com 3072-bit RSA chave, ID 4628820328759F85, criado 2021-04-24 "Fulano de Tal <fulanodetal@email.com>"